terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Crónicas de uma mulher com o coração partido

Estou a apenas alguns dias de fazer 1 ano desde que o meu coração foi partido, partido e mastigado. Razão essa pela qual comecei com este blog, para servir de terapia, dizer aquilo que sentia já que o que realmente queria fazer era remeter-me aos gritos, com direito a telemóvel atirado contra a parede e sentir imensa raiva pela pessoa que me provocou toda aquela confusão na minha vida. Desde repulsa, tristeza, puro amor até puro ódio. Era uma esquizofrenia de sentimentos de tal maneira violentos que me tornou quase "bipolar".

Agora tento lembrar-me de como eu era antes daquele dia 14 de Fevereiro. Era tão ingénua, julguei que aquela relação que durava há já tantos anos, era inabalável, já havia fermentado o tempo suficiente e que dali para a frente era seguir o curso normal que, julgava eu, as relações tinham, tudo resumia-se àquela famosa frase: "E viveram felizes para sempre".
Acabei por ter essa frase bem esfregada em mim, como que se alguém tivesse um belíssimo bolo à minha frente e mo tivesse atirado à cara.
Até aquele ponto, o homem que tinha ao meu lado era o mais perfeito. Compreensível, responsável, de confiança...para mim era o único no mundo. Um perfeito achado !
O que aprendi desde então ?
Que apesar da minha fé de que os homens não eram todos iguais, afinal aprendi que são. Podem ter diferentes feitios, personalidades e forma...mas o seu carácter é sempre o de um predador. Jamais um homem nos será fiel. Poderá alegar que jamais nos traiu fisicamente, mas mentalmente, não há que enganar, os enganos já foram mais que muitos.

Num mundo perfeito, existiria relações perfeitas. Daquelas a que a frase "e viveram felizes para sempre", realmente faria sentido. No entanto nem o mundo é perfeito, nem existe pessoa alguma no mundo perfeita. Nada é inquebrável, nada tem efeito duradouro, nada é certo. É assim que as relações são, imperfeitas em todo seu esplendor.

Troquei o amor pelo companheirismo. A confiança pela desconfiança. A segurança pela atitude de ter sempre 2 pés atrás. A certeza pela incerteza. A fé de que simplesmente mais vale não pensar demasiado nas coisas, é deixar andar e saber que a qualquer momento tudo pode acabar e tenho que saber seguir a minha vida.

No meio de toda aquela depressão à qual estive submetida durante tantos meses, acabei por acordar para a vida. Parei por um momento de pensar em tanta coisa ao mesmo tempo, respirei fundo e a mente ficou em branco. E cheguei a uma conclusão: "estou-me nas tintas para o amor, é um sentimento demasiado sobrevalorizado".
No entanto esta pergunta não me sai da mente: "Se um homem e uma mulher, são dois seres atraídos um pelo outro pelo desejo mútuo de estarem juntos. Pode o amor realmente os ligar?"

Esta nova música do David Fonseca, "Stop 4 A Minute", veio mesmo a calhar. Condiz perfeitamente com a maneira que me sinto hoje.

4 comentários:

  1. Cara Matilde, essa do "homem predador" é forte, é o tanto como as mulheres, ou a minha amiga acha que os homens trairiam se outras mulheres não o fizessem com eles. Quanto ao trair mentalmente, isso o que vai na cabeça de cada um não sabemos, seja homem ou mulher.
    P.S. - Acho piada ao seu blog e não sabia que tinha começado como terapia, continue!!!
    P.S.2 -Aos costumes disse sou homem (casado e com 3 filhas)

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  2. Tambem acho imensa piada a maneira como escreves e nao fazia ideia da origem do teu blog...
    Confesso que eu também sou (era?) uma daquelas mulheres que pensam que os homens são todos iguais! O meu namorado tem feito por tirar-me esta imagem da cabeça...
    Espero que voltes a acreditar no amor, que voltes a dar-lhes (aos homens) o benefício da dúvida, e que voltes a sentir-te intensamente apaixonada ;)

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  3. Querida Matilde, também eu pensava que o amor é para sempre e bla bla bla. Até um dia ouvir um "preciso de um tempo, não quero ir morar contigo (para o apartamento acabado de comprar)". E aí o mundo pára, o chão foge-nos dos pés e nada é o que sempre foi.
    Felizmente, e depois de muito choro, gritos e tempo, o apartamento foi habitado por nós e hoje é recheado de risos de 3 filhos lindos.
    Mas digo-te uma coisa: sei agora que nada é para sempre.

    Espero que encontres um amor como o que a Carrie descreve: Real love. Ridiculous, inconvenient, consuming, can't-live-without-each-other love.

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  4. A todos, obrigada pelo apoio !

    Quicas:
    Então afinal não fui a única a ouvir uma frase assim parecida.

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Diz-me aí uma bilhardice.